Na estação Casa da Música estão na carruagem 25 almas humanas, das quais 12 são mulheres. Silêncio. Na estação seguinte entram 4 pessoas, 2 são mulheres, um dos homens não tem um olho e uma mulher traz consigo um saco amarelo. À medida que o metro se move a carruagem enche-se de luz - é a Lapa, a luz do sol entra directa, não filtrada. Um homem que vai em pé encosta-se à mulher que se agarra ao ferro de apoio e beija-a no pescoço por cima do cabelo. Na estação da Lapa, a mulher do violão sai, entra um homem que tropeça na perna alçada de uma mulher que vai sentada. Ele não diz nada, ela olha-o insegura e desconfiada e nota-se que engole (não se sabe se em seco ou não). Têm ambos a pele macilenta e a ambos parece faltar dentes. Ele vai até ao fundo da carruagem e lá se encosta. Saio, como muitas pessoas, na Trindade e aí havia de voltar a entrar pouco depois vindo de São Bento de onde não partirá o comboio por causa da greve do pessoal das infraestruturas.
Blog onde se registam, algumas vezes sob a forma de ficção, impressões e reflexões sobre o que acontece e conversas ouvidas no comboio e na rua
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